4 de fevereiro de 2006

Alguém Que Eu Conheço

Ele não gosta de ir até o quadro e fazer continhas de matemática. Erra uma vez, erra outra e mais outra, a turma começa a gritar e vaiar. A professora perde o controle sobre os macacos e ele começa a chorar.
A cena é sempre a mesma.
Sabe quando ele fica feliz? Quando senta numa poltrona em frente a uma tv e consegue parar de pensar um pouquinho só, e mais um pouco e mais ainda. Perde total controle da própria mente e se deixa levar pelas imagens, pelas vozes, movimentos. Ele gosta.
Ele gosta mesmo é de reclamar.
As mãos sempre sujas de chocolate, a cara sempre amarrada, cabelo imundo e despenteado, cadarço desamarrado.
Anda querendo parar, sentar, se acabar.
Limpa o rosto pra sujar mais ainda. A sujeira das mãos se mistura com as lágrimas e o suor do rosto fazendo com que apareça uma enorme mancha nojenta e preta na bochecha corada e ali ele a deixa por mais algumas horas... quem sabe atÃé o fim da aula, até a mãe chegar.
É birra! É tudo birra!!!
Tem certeza de que não está certo e continua insistindo.
Amarre esse tênis.
Não faça assim.
Lave o rosto.
Estude só mais um pouco.
Desligue a tv.
Leia aqui.
De que adianta eu ficar do teu lado? Sempre que eu posso eu faço!

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