24 de novembro de 2017

Não tenho dom pro ódio
tudo que dói, não sinto
reajo, sorrio
não levo a sério.
Pedrada não me maltrata
fortalece, não mata
acho pouco e acho graça

Não tenho dom pro sofrer
tudo que pesa, eu levo
à tudo que cura, entrego
não vejo permanência nas coisas.

Tenho esse dom do vento
do devaneio
eu briso forte e sopro leve
transito, movimento, transformo.

Se machuca, me afasto e curo
se gosto, insisto e gozo
se dá prazer, eu fico
hoje, amanhã, mas não sempre
permaneço impermanente

Não acostumo nem com amor
muito menos com a dor
de apego não tenho dom
reajo, sorrio sempre
ouço, aceito, agradeço
De tudo, vou embora sem peso

Não tenho medo de mudar
sei onde e quando devo estar
eu percebo o erro
premedito o estrondo
não me importo
assisto, sinto, sorrio
não vejo permanência nas coisas
permaneço impermanente
de novo, de novo e de novo
Vento. Movimento.

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