Tive um dia um jardim bonito que cultivava só pra mim.
Reguei e vi nascer cada botão, cada flor, cada esperança. Vi crescerem as
roseiras e as vi desfolhar para depois florir de novo e de novo. Vi a Hortência, a
Jasmim, a pequena Angélica e tantas outras flores que não brotam mais por aqui.
Mas a roseira permanece... em volta dela
agora cresce uma planta que se enrosca
nos espinhos e sobe, fazendo morrer as pétalas vermelhas que tanto cuidei.
Essa planta invade sem rumo, invade a casa, a mobília,
enrosca-se no pé da mesa e flore em sua base. Faz questão de ser notada, faz
questão de ser lembrada.
Amarra-se nas janelas, nas coisas, nos quadros da parede,
enlaça o travesseiro, a cama, meus sonhos, meus dias. Prende minha alma na lembrança,
exala pranto, no entanto, começo a gostar dela.
Engrossa seu caule a cada dia pois não precisa nunca de água ou
adubo. Alimenta-se de ilusão.
Um cipó que chegou, agarrou um espinho e assim tomou todo o espaço que podia, enrolou-se em
meus pés e eu simplesmente me deixei enrolar pelas pernas, pelas mãos. Deixei
entrar pela boca e agora faz raiz em meu coração.
Agarra as rosas lá fora e as traz pra perto dos meus olhos
só pra eu sentir de tudo que deixei morrer, de tudo que deixei...
Minha alma exala pranto, no entanto, gosto assim.
Um comentário:
Oi, repassei essa tag para você responder http://naofamosa.blogspot.it/2013/02/respondendo-tag.html
Beijo :*
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