5 de novembro de 2011

Em Sônia

Três horas da manhã e o cérebro ainda funciona no mesmo ritmo das asas do pernilongo a procura de luz no quarto escuro.
Vira de um lado para o outro, de outro para um lado e nada de sono por perto.
A pressa de que chegue logo a manhã seguinte ocupa o lugar de dormir e não deixa ninguém apertar o botão "desligar". E o pior de tudo é que não há absolutamente nada de especial na manhã que vem. E o pior de tudo é que, se não dormir agora, sabe que nem existirá a manhã de amanhã.
Um bocejo: um sinal.
Como uma donzela a esperar na janela por seu príncipe encantado, aguarda, impacientemente, que Morfeu a acolha em seus calorosos braços. E depressa, por favor!
Papel, caneta, lanterna em mãos, as idéias dançam, é preciso esvaziar. As idéias surgem - um poema, uma peça, uma música, uma carta de amor e nada de olhos pesando.
Olha para o escuro e escuta que até o pernilongo já foi dormir seu sono.
Vê o tamanho da noite que entra no quarto e conforma-se: "poeta que não sofre de insônia, tem mais é que sofrer por amor".

Um comentário:

duca disse...

"longa noite"
o pesadelo imenso
dormiremos até que
sonhos amanheçam.